![](http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/imagens/foto_biomaCerrado.jpg)
Estima-se
que o Cerrado brasileiro contenha 5% da fauna e flora mundiais. Esse
domínio ambiental exibe diversos ecossistemas, flora com mais de 10
mil espécies de plantas, com 4.400 exclusivas desse ambiente.
Segundo o Ibama, a fauna apresenta 837 espécies de aves, 212
espécies de mamíferos, sendo 19 endêmicas; 150 espécies de
anfíbios, das quais 45 endêmicas. A vegetação é constituída por
diferentes tipos de formações florestais, com mata ciliar,
mata de galeria e cerradão; formações savânicas, representadas
pelo cerrado sentido restrito e vereda; além das formações
campestres, com campo sujo e campo limpo. Conhecido também como
“Berço das Águas”, o Cerrado possui uma malha de nascentes,
córregos e rios de fundamental importância para o país,
permitindo o intercâmbio das sementes e a dispersão da fauna,
através das matas de galeria que acompanham os rios. Apesar de
abrigar uma grande riqueza em sistemas hídricos, é importante
observar que os mesmos são extremamente vulneráveis às alterações
produzidas pelo uso inadequado da terra, em alguns casos com perdas
irreversíveis.
Depois
da Mata Atlântica, o Cerrado é o domínio brasileiro que mais
sofreu e ainda sofre alterações, devido à ocupação humana. Por
exemplo, além da grande expansão da agricultura e pecuária, é
bastante significativo o impacto ambiental causado pelos garimpos e
carvoarias, presentes em larga escala nos estados de MS, MT e GO.
Estas atividades provocam a contaminação dos rios e seu
assoreamento, além do desaparecimento de grande quantidade da
cobertura vegetal natural e sua fauna associada. O levantamento dos
projetos de recomposição de áreas degradadas em Mato Grosso do Sul
indicam um percentual de antropização expressivo e preocupante, com
mais de 60% das áreas rurais com diversos níveis de degradação,
especialmente em função das monoculturas de espécies agrícolas e
pastagens.
Diante
da necessidade cada vez maior do cumprimento das premissas
constitucionais de preservação ambiental, tornou-se premente a
necessidade de recuperar e preservar o equilíbrio natural, a
diversidade biológica e os processos ecológicos naturais presentes
nessas áreas, especialmente no Cerrado. O cumprimento das exigências
legais de manutenção de 20% de cobertura vegetal pertencente à
Reserva Legal das propriedades rurais, a integridade das áreas
legalmente consideradas como de “preservação permanente” (e.g.
matas ciliares, veredas) e livres do pastejo do gado, seriam medidas
emergenciais a serem adotadas. Entretanto, a criação de Unidades de
Conservação nas áreas do Cerrado, integradas a programas de
Educação Ambiental, seriam medidas mais eficazes para garantir a
preservação da biodiversidade para as presentes e futuras gerações.
O fato de sua cobertura natural vir sendo fortemente alterada (restam
menos de 10% no nosso estado), para dar origem a ambientes não
naturais de uso econômico, fatalmente condenará o domínio a ter
alterada sua grafia de substantivo Cerrado para o adjetivo Serrado.
José
Milton Longo é biólogo graduado pela UNICAMP, foi mestre e doutorando
do Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação da UFMS.
É professor e consultor ambiental, atuante na área e apaixonado
pelo seu filho Daniel, pelo Cerrado e pelo Pantanal.
fotos:
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/Abertura.html
http://www.pequi.org.br/
http://www.riosvivos.org.br/Noticia/11+de+setembro+++Dia+Nacional+do+Cerrado+/18025
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http://www.riosvivos.org.br/Noticia/11+de+setembro+++Dia+Nacional+do+Cerrado+/18025
bom
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